sábado, 5 de maio de 2012

IAC: Ernst & Young não deve fazer auditoria às PPP

Iniciativa Auditoria Cidadã pede na Procuradoria-Geral da República a anulação do concurso que adjudicou a Auditoria às Parcerias Público-Privadas por evidente conflito de interesses.
Conflito de interesses é evidente, diz IAC
Iniciativa por uma Auditoria Cidadã à Dívida Públicaentregou esta quinta-feira na Procuradoria-Geral da República uma exposição, relativa à Auditoria às Parcerias Público-Privadas do Estado Português adjudicada à empresa Ernst & Young.
A IAC solicitou ao Procurador-Geral da República que, como representante máximo do Ministério Público, utilize as suas prerrogativas constitucionais e providencie as diligências para averiguar este processo de adjudicação pública e solicitar o anulamento do resultado deste concurso.
A exposição é reproduzida em seguida:
1) A 20 de Dezembro de 2011, através do procedimento nº 6124/2011, a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças lançou um concurso público para os Serviços de auditoria contabilística/consultoria às PPP do Estado Português. Este concurso destinava-se à “aquisição da prestação de serviços de auditoria e consultoria às Parcerias Público Privadas do Estado Português (Administração Central), consubstanciada na identificação e avaliação dos principais e eventuais passivos e quantificação das responsabilidades financeiras por parte das Parcerias Público Privadas, bem como quaisquer outros montantes relacionados, que possam vir a ser pagos pelo Estado Português, relativos a responsabilidades contingentes, com quantificação dos respectivos montantes”. Tinha como valor referenciado 250.000 euros.
2) Participaram neste concurso a Universidade Católica, a PricewaterhouseCoopers em conjunto com a Sérvulo & Associados, a Ernst & Young, a PKF Portugal e a BDO Portugal.
3) No dia 19 de Março de 2012 o Estado anunciou o vencedor deste concurso: a Ernst & Young S.A. por um valor inicialmente estimado de 250.000 euros. No dia 30 de Março o resultado do concurso foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia.
4) A adjudicação deste trabalho a esta empresa viola princípios fundamentais da contratação pública, designadamente os da boa-fé, seriedade, neutralidade e proibição do conflito de interesses consagrados na Constituição da República Portuguesa, nas Directivas Comunitárias e no Código dos Contratos Públicos.
5) A Ernst & Young S.A., assim como a sua empresa-mãe e accionista Ernst & Young Audit, realiza ou realizou revisão legal de contas para as empresas:
AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A.
Águas de Trás os Montes e Alto Douro, S.A.
Águas do Noroeste, S.A.
Águas do Zêzere, S.A.
Águas do Algarve, S.A. (e várias das empresas pertencentes a este grupo)
José Mello Saúde SGPS, S.A.
Somague SGPS, S.A.
ENDESA, S.A. (Endesa Capital Finance, L.L.C.; Endesa B.C)
IBERDROLA (Iberdrola Participações SGPS, S.A.; Iberdrola Portugal Electricidade e Gás, S.A.)
6) Estas empresas são participantes directas em consórcios para concessões e parcerias público-privadas (das 120 existentes, o Governo nunca definiu quais as 36 parcerias público-privadas e as 20 concessões a auditar). Estão envolvidas, entre outras, nos consórcios da Lusoponte (Somague), Auto-Estradas do Atlântico (Somague), Auto-Estradas Túnel do Marão (Somague), Hospital de Braga (José Mello Saúde) e Hospital de Vila Franca (José Mello Saúde), Barragens de Gouvães, Alto Tâmega, Daivões (IBERDROLA),Girabolhos (ENDESA), Águas de Trás os Montes e Alto Douro, Águas do Algarve, Águas do Noroeste, Águas do Zêzere e pelo menos mais 12 concessões na área das águas e ambiente/resíduos pertencentes ao grupo Águas de Portugal (Águas do Centro Alentejano, Águas do Douro e Paiva, Águas do Oeste, Águas de Santo André, Águas do Mondego, Águas do Norte Alentejano, Sanest, Simarsul, Simlis, Simria, Simtejo, Simdouro).
7) A mesma consultora realiza ainda auditorias e consultoria para empresas do Grupo Espírito Santo como BES – Companhia de Seguros, S.A., BES-Vida – Companhia de Seguros S.A., Gesfimo – Espírito Santo, Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos Investimento Imobiliário, S.A.. Este grupo encontra-se associado a muitas outras parcerias publico-privadas que poderão estar sob auditoria, nomeadamente nas rodoviárias, barragens e de saúde.
8) Sendo que a empresa vencedora deste concurso público, a Ernst & Young S.A., trabalhou ou trabalha para as empresas que irá agora auditar, e constituindo tal facto um evidente e grosseiro conflito de interesses que poderá chocar com o objectivo proposto para o lançamento do concurso,
9) E sendo que as circunstâncias em que a consultora Ernst & Young S.A. desenvolverá a sua actividade de auditoria de contas colidem directamente com o Código de Ética da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas;
A Iniciativa Auditoria Cidadã à Dívida Pública solicitou ao Sr. Procurador-Geral da República que, como representante máximo do Ministério Público, utilizasse das suas prerrogativas constitucionais e providenciasse as diligências para averiguar este processo de adjudicação pública e solicitar o anulamento do resultado deste concurso.
Um Procurador do Gabinete do Procurador-Geral da República assegurou aos representantes da IAC da brevidade da resposta às solicitações. A IAC endossará esta exposição e documentação aos líderes dos grupos parlamentares na Assembleia da República, assim como à Comissão Parlamentar de Inquérito às Parcerias Público-Privadas dos Sectores Rodoviário e Terroviário.
Uma auditoria levada a cabo pela consultora Ernst & Young às PPPs e concessões servirá apenas para cobrir com um novo manto de opacidade o processo já absolutamente opaco que é a contratação pública de PPPs. Aceitar os resultados de tal auditoria significaria pôr em causa do interesse público não só actual, mas para anos futuros e para as futuras gerações, pois os contratos auditados estender-se-ão várias décadas.
Ironicamente, a adjudicação da auditoria às PPPs parece ser ela mesma uma PPP: opaca, parcial, marcadamente desequilibrada entre as partes participantes, com o privado a ser beneficiado e com conflitos de interesse latentes.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.