quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Fundos de pensões: Novo jackpot para a banca

É a mais extraordinária transferência de fundos de pensões da história do país. De uma só vez, o Governo quase iguala o valor de todas as transferências de fundos de pensões do passado.
O Governo anunciou a transferência de 6 mil milhões de euros dos fundos de pensões da banca para o perímetro de consolidação do Estado. Este negócio, há muito desejado pela banca aparece na pior das alturas para o Estado. Desafiando toda a lógica conhecida, CDS e PSD conseguiram provar que é possível o euromilhões bater duas vezes à mesma porta. À dos bancos, veja-se lá a feliz coincidência.
Depois do milionário plano de privatização de dinheiro público para a recapitalização do sistema financeiro, ganha agora novo jackpot com o negócio dos fundos de pensões.
Do que é conhecido deste negócio, a transferência dos fundos de pensões vai muito além do que seria necessário para o cumprimento do défice. O valor de 6 mil milhões de euros é mais do dobro do que seria forçoso para esse efeito e o Governo já anunciou que uma parte considerável irá regressar direitinha à banca. Percebe-se pois que este negócio é feito para assentar que nem um fato do melhor alfaiate nos interesses do sistema financeiro.
Nem somos nós que o dizemos. Vale a pena ouvir um nome tão familiar às bancadas da direita como Bagão Félix, para quem uma taxa de desconto superior a 3,5% já seria um negócio desastroso para o Estado e fica bem à vista quem perde com estas condições. Vê-se quem assessorou o governo na maior transferência para a segurança social e percebemos que, mais uma vez, não há coincidências. Num negócio em que o Banco Espírito Santo era um dos principais interessados, a escolha do Banco Espírito Santo de Investimento para assessorar o Governo neste processo levanta todas as suspeitas.
Quem convida a raposa para guardar o galinheiro coloca a transparência do negócio no centro do próprio debate. Longe vão os tempos em que o PSD marcava conferências de imprensa, a propósito da transferência dos fundos de pensões da PT, para exigir transparência e pedir explicações sobre “as responsabilidades que [o governo] está a transferir para todos nós”. Relembrando uma máxima tornada famosa pelo futebol, para o PSD o que era verdade ontem hoje já pode ser mentira. O que o PSD exigia, e bem, tem ainda mais razão de ser num negócio três vezes maior e que, por isso, compromete decididamente o futuro das reformas de milhões de portugueses.
Senão vejamos: segundo informações do próprio Primeiro Ministro, dos 6 mil milhões de euros transferidos, 2 mil e 800 milhões serão para o cumprimento do défice; 800 milhões para o Fundo de Capitalização da Segurança Social; 500 milhões para o pagamento das pensões aos 27 mil bancários no próximo ano e 2 mil milhões de euros para o pagamento de dívidas. Um terço da transferência dos fundos de pensões poderá voltar direitinho para os cofres dos bancos. É caso para dizer que em jogo que a banca jogue, o prémio sai sempre à banca.
Esta medida do Governo é a mais extraordinária transferência de fundos de pensões da história do país. De uma só vez, o Governo quase iguala o valor de todas as transferências de fundos de pensões do passado. Esta é a receita recorrente para os buracos orçamentais. Aconteceu com os fundos de pensões da ANA, da NAV, dos CTT, da Caixa Geral de Depósitos ou da Portugal Telecom. E depois de todos estes buracos serem tapados, os portugueses ganharam uma enorme cratera na Segurança Social. É uma manta demasiado curta, que é utilizada pelos sucessivos governos sempre em nome de acontecimento extraordinário, mas que destapa sempre as contas da segurança social. E é disso mesmo que falamos com este negócio.
Afinal, depois de todos os planos governamentais para os 6 mil milhões que transferirá, sabemos que muito pouco irá caber à Segurança Social. No dia 1 de Janeiro de 2013, a Segurança Social terá 800 milhões de euros para fazer face a compromissos de 5 mil e 500 milhões de euros. Daqui a pouco mais de dois anos ficará bem à vista o descalabro desta política. A data está marcada. Em Agosto de 2014 acabar-se-á o dinheiro, a partir daí serão todos os contribuintes que passarão a assumir o buraco criado pelo PSD e CDS nas contas da segurança social.
E este é o novo défice que este Governo cria. Um golpe profundo na sustentabilidade da Segurança Social. Compreende-se. Quem sempre defendeu a privatização e entrega da reforma dos portugueses nas mãos da banca está a criar as condições para, daqui a uns anos, vir dizer que o sistema público de reformas não é sustentável. É a cantiga do bandido de nunca mexeu uma palha em defesa do segurança que só um sistema público de reformas, longe da especulação financeira, garante a milhões de portugueses.
Os portugueses sabem agora que no futuro, sempre que lhes disserem que terão de trabalhar mais tempo para que não sejam penalizados no valor das suas pensões, é a este Governo que terão de pedir responsabilidades. Porque, em nome da sua cruzada ideológica contra tudo o que é público, não hesitaram em comprometer a rede de segurança que assegurava o futuro de todos para garantir um presente risonho a muito poucos. Os do costume, claro.
O Bloco de Esquerda considera que esta medida deve ter uma resposta em nome da sustentabilidade da Segurança Social e, por isso mesmo, pedirá contas a este Governo. Iremos requerer a presença do Ministro da Segurança Social neste Parlamento para explicar este negócio, que serve aos bancos, mas que não serve ao país.
Declaração política do Bloco de Esquerda na Assembleia da República a 7 de Dezembro de 2011

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.