sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Trapalhadas no Ministério da Educação


Processo de recrutamento de professores contratados transformou-se num processo vergonhoso. Despacho que define os apoios de acção social escolar é ilegal e desrespeita a legislação aprovada pela AR.
O ministro Nuno Crato entrou na 5 de Outubro anunciando determinado o seu lema. Rigor e exigência para todos, sem excepção, disse o Ministro. Poderia parecer um bom princípio. Acontece que passaram apenas 3 meses desde essa entrada triunfal no ME, e a multiplicação de atrasos, ilegalidades e trapalhadas várias, parece não ter fim.
Hoje, dia 22 de Setembro, há centenas de escolas que ainda não contam com todos os professores de que necessitam, e, portanto, há milhares de alunos que não podem começar a trabalhar nas suas disciplinas.
Aliás o processo de recrutamento de professores contratados transformou-se num processo vergonhoso.
Depois de terem ficado milhares de vagas por preencher nas colocações divulgadas no final de Agosto, veio a público, em finais da última semana que, inexplicavelmente, o mecanismo de contratação disponibilizado pelo ME passaria agora a determinar que mesmo que as escolas necessitem dos professores para todo o ano lectivo só podem contratá-los ao mês. Não se percebia porquê. Se a escola sabia que ia precisar, imaginemos, de um professor de história até ao final do ano lectivo, porque é que só lhe ia fazer contrato até meados de Outubro. Instalada a confusão, o ME veio dizer que os professores seriam contratados durante o tempo que eram necessários à escola. Da primeira vez, admitamos, poderia ser um erro. Mas eis que, depois destas declarações, abriram novas bolsas de recrutamento de professores que continuavam a permitir apenas contratos mensais. À segunda, convenhamos, ou é incompetência ou é mesmo esta a vontade política do ME: contratar os professores ao mês.
Foi então que o ME resolveu sacudir as culpas e dizer que eram as direcções das escolas que não sabiam contratar professores - como se no panorama de redução de efectivos nas escolas públicas que se mantém há anos, as escolas não soubessem fazer contratações. Agora sabe-se que centenas de professores com anos e anos de serviço docente estão ser ultrapassados por candidatos com graduação menor, só porque se candidataram a colocações anuais. Dizia um professor: “tenho mais de 10 anos de serviço, pedi avaliação, tive aulas assistidas e obtive Muito Bom”, e agora “verifico que as vagas às quais concorri anualmente foram transformadas em vagas temporárias até ao fim do ano e ocupadas por professores 2500 números atrás de mim”.
É pois assim que o novo Ministério valoriza o mérito e a experiência. Trapalhada e injustiça, é o saldo actual do processo de colocação de professores. Nestes últimos dias o ME já se disse e desdisse, já tentou lançar culpas para os outros, e mantém uma trapalhada inaceitável que desrespeita o trabalho dos professores e das escolas. Para um Ministro que se anunciou como o paladino do rigor e da exigência, estamos portanto conversados.
Há milhares de professores contratados que todos os anos asseguram o trabalho das escolas públicas com os alunos, que mantêm as suas vidas na instabilidade e na precariedade. É inaceitável – repito – é inaceitável que se façam contratações ao mês de professores. É preciso acabar já com esta trapalhada de humilhação e injustiça em relação aos professores contratados.
Mas se falamos de trapalhadas no ME, há mais.
Também esta semana foi publicado o despacho que define os apoios de acção social escolar para o ensino básico e secundário (ASE).
Estamos perante um despacho ilegal, que desrespeita a legislação aprovada por esta Assembleia, porque faz aplicar indirectamente a condição de recursos do DL 70/2011 aos escalões da ASE.
Como se recordarão, em 2009, o então Governo do PS fez publicar a legislação que faz corresponder os escalões de ASE aos escalões de abono de família. Ou seja, as famílias que estariam no escalão 1 de rendimentos do abono de família teriam escalão A de apoios de ASE; as famílias que estariam no escalão 2 de rendimentos do abono de família teriam o escalão B de apoios de ASE.
Ora, em 2010, o Governo do PS fazia aqui aprovar, recorde-se com o beneplácito da bancada do PSD, a chamada condição de recursos – isto é, um novo modelo, mais restritivo, de contabilização de rendimentos das famílias no que toca aos apoios sociais, inclusive à ASE.
À época, o CDS apresentou um projecto que retirava a ASE da aplicação desta nova condição de recursos. Esse projecto foi aprovado por toda a oposição: PSD, CDS, BE, PCP, e PEV – é hoje a Lei nº 15/2011.
Pois agora, já no Governo, PSD e CDS mantêm a aplicação da condição de recursos – porque mantêm a legislação que faz corresponder escalões de abono de família e escalões de ASE. Ou seja, para o Governo PSD/CDS a condição de recursos aplica-se à ASE, ainda que de forma indirecta, porque se aplica ao abono de família.
Se assim fosse, então a proposta do CDS, que é agora lei da República, seria uma lei absolutamente inútil. E não é. O despacho dos apoios de ASE é que é ilegal, e está a retirar a milhares de famílias o direito a apoio na ASE.
Veja-se. Numa família com um filho no 7º ano de escolaridade, em que o pai ganhe 500 euros, e a mãe ganhe 600 euros – sem a contabilização da nova condição de recursos teriam apoio a 50% da alimentação e de 79,30 euros para a compra de manuais; com a nova condição de recursos não têm qualquer apoio. Nada.
Há duas possibilidades para que a lei 15/2011, da AR tenha sido ignorada. Das duas, uma:
Ou estamos perante mera incompetência do ME – e, portanto, o Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar do CDS desconhece as leis da república que resultaram de iniciativas políticas do CDS. Terá então que corrigir rapidamente esta trapalhada.
Ou então o Sr. Secretário de Estado fará uma interpretação legal que esta lei da AR – que isentou os apoios de ASE da condição de recursos – é inútil. E então o Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar do CDS admite que esta proposta do CDS era uma fraude política, e a condição de recursos aplica-se à ASE.
O que releva de tudo isto é que o ano lectivo já se iniciou e as confusões criadas pelos novos responsáveis do Ministério da Educação e Ciência já estão a atingir direitos das famílias e dos professores, e a dificultar o trabalho das escolas.
É tempo de dizer ao Sr. Ministro Nuno Crato que aplique o seu lema “rigor e exigência” a si mesmo.
As escolas, os alunos e os professores não precisam que o Sr. Ministro lhes arranje novos problemas.
Declaração Política feita na Assembleia da República a 22 Setembro 2011

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.