domingo, 25 de setembro de 2011

Emissões de carbono cresceram 45% entre 1990 e 2010


Um relatório europeu afirma que a emissão de gases de efeito de estufa na atmosfera atingiu 33 bilhões de toneladas no ano passado e destaca que o Protocolo de Quioto corre o risco de ser considerado ineficaz por não limitar as emissões dos países emergentes. Por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
A emissão de GEE caiu na União Europeia, onde o valor per capita é metade do dos Estados Unidos.
A emissão de GEE caiu na União Europeia, onde o valor per capita é metade do dos Estados Unidos. Foto Vic Sharp/Flickr
De acordo com um novo levantamento do Centro Comum de Investigação da União Europeia (Joint Research Centre – JRC), a libertação de carbono nunca foi tão grande, devido principalmente ao aumento das emissões das nações em desenvolvimento. Esta constatação pode enfraquecer as possibilidades de extenção do Protocolo de Quioto, que expira em 2012 e obriga apenas os países mais ricos a terem metas.
O estudo do JRC, intitulado Tendências de longo prazo nas emissões globais de CO2, aponta que a emissão de gases do efeito estufa (GEEs) cresceu 45% entre 1990 e 2010, e atingiu um recorde de 33 bilhões de toneladas de dióxido de carbono no último ano.
Apesar disso, as emissões dos países da União Europeia, bloco que reúne algumas das maiores economias do mundo, não seguiram essa tendência: elas foram reduzidas em média 7% no mesmo período, o que significa que a meta de diminuição de emissões de 5,2% até 2012 fixada pelo Protocolo de Quioto foi alcançada. Outros países industrializados também atingiram cortes notáveis: a Rússia, por exemplo, reduziu suas emissões em 28% nas últimas duas décadas.
E essa redução teve um efeito relevante sobre as emissões mundiais. Para se ter uma ideia, em 1990 a liberação de dióxido de carbono europeia e norte-americana totalizava cerca de dois terços das emissões mundiais. Hoje, essa porcentagem caiu para menos da metade do total.
Outro fator que ajudou a mitigar as emissões de GEEs foi a recessão econômica ocorrida em 2008 e 2009. Só na Europa, a crise financeira diminuiu a liberação de um total absoluto de 4,2 bilhões de toneladas de CO2 em 2007 para quatro bilhões em 2010.
Então, segundo a pesquisa, a principal causa desse crescimento tão acentuado foi o desenvolvimento da economia de países emergentes como a China e a Índia. Os dados do JRC mostram que só entre 2009 e 2010, as emissões chinesas aumentaram 10% e as indianas, 9%. Em outras nações emergentes como o Brasil, o México e a Coreia do Sul, a liberação de CO2 cresceu em média 5% neste período.
Mas outros países industrializados fora da Europa ou que não assinaram o Protocolo de Quioto também contribuíram para a alta das emissões globais. Os Estados Unidos, por exemplo, aumentaram suas emissões em 5%, enquanto o Japão manteve sua liberação de dióxido de carbono relativamente estabilizada.
Em absoluto, no entanto, as emissões dos países emergentes ainda tendem a ser menores que as dos desenvolvidos. Atualmente, a emissão de GEEs per capita nos EUA está em 16,9 toneladas por ano. A da União Europeia é menos da metade da norte-americana, chegando a 8,1 toneladas por ano. Já os chineses, cujas emissões vêm crescendo rapidamente, ainda não atingiram os índices europeus, chegando a 6,8 toneladas de CO2 anuais per capita.
Os setores que mais liberam dióxido de carbono na atmosfera continuam a ser a geração de energia e o transporte, que totalizam respectivamente 40% e 15% das emissões mundiais de carbono. E estima-se que esse domínio irá continuar, já que as taxas de crescimento destes setores se mantêm entre 2,5% e 5% por ano.
A produção energética, porém, tem apostado mais nas fontes de energias mais limpas, e tem abandonado gradualmente os combustíveis fósseis. Nos últimos 20 anos, a dependência no carvão na geração de eletricidade caiu de 25% para 20%, e no petróleo, de 38% para 36,5%.
Já as fontes mais limpas tiveram um crescimento de 23% para 27% no gás natural, 8% para 9% na energia nuclear e 6,5% para 8% nas renováveis. A eficiência energética também contribui para a economia de eletricidade com a criação, desenvolvimento e aplicação de tecnologias como eficiência de combustíveis e mecanismos, isolamento térmico em construções etc. infelizmente, tais iniciativas não estão sendo suficiente para mitigar as emissões de CO2.
O relatório da JRC alerta que não há um jeito único nem uma fórmula mágica para reduzir a dependência nos combustíveis fósseis e diminuir as emissões de GEEs em um curto período de tempo “Quando se olha a introdução em larga escala as energias renováveis em países como a Alemanha, a França e a Espanha na última década, fica claro que grandes mudanças nas fontes de energia não podem ser feitas de um dia para outro e levam pelo menos uma década”.
Para o documento, é necessário desenvolver programas e politicas de longo prazo para investir em opções de baixo carbono, particularmente no transporte e na geração de eletricidade. “Pode-se concluir que politicas fortes visando a introdução de novas tecnologias renováveis como a politica francesa em energias nucleares e a politica alemã em energias renováveis podem ter um impacto considerável em uma década se forem mantidas consistentemente”.
O estudo termina dizendo que apesar das contribuições do Protocolo de Quioto serem limitadas, elas ajudaram a estimular muitos desenvolvimentos econômicos e tecnológicos na mitigação das emissões.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.