segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pescadores sofrem com tragédia ambiental no Golfo do México

Na primeira reunião de accionistas da BP depois do derramamento do ano passado, activistas, pescadores e ambientalistas protestam contra a falta de acção e auxílio da gigante britânica. Por Wilson Sobrinho, correspondente da Carta Maior em Londres
A batalha dos pescadores do Golfo do México continua contra os efeitos do derramamento de petróleo da plataforma da British Petroleum - Foto do site da Carta Maior
A batalha dos pescadores do Golfo do México continua contra os efeitos do derramamento de petróleo da plataforma da British Petroleum - Foto do site da Carta Maior
Os quase 5 milhões de barris de petróleo que se espalharam pelo Golfo do México no ano passado em decorrência da explosão numa plataforma da gigante petrolífera britânica BP podem ter saído das pautas dos jornais, mas não das vidas das pessoas afectadas. Na quinta-feira última, menos de uma semana antes do primeiro aniversário do início do derramamento na plataforma Deepwater Horizon, activistas aproveitaram a primeira reunião de accionistas da BP em Londres desde o acidente para verbalizar as suas angústias e cobrar acções mais rápidas e profundas da companhia.
“Alguns dos nossos pescadores não tiveram mais nenhuma receita desde o derramamento de petróleo”, justificou Byron Encalade, da associação dos produtores de ostras da Luisiana, que viajou para a Inglaterra especialmente para o evento. “As nossas regiões de pesca estão esvaziadas, as nossas ostras estão mortas e nós não estamos a receber os fundos necessários para o nosso sustento”, afirmou o pescador norte-americano. “Pela primeira vez na vida eu vejo pescadores terem que tomar pílula para dormir”.
Alguns activistas chegaram a adquirir acções da empresa para tentar obter acesso à reunião e poder se manifestar, mas foi do lado de fora, fazendo barulho com instrumentos de percussão e sopro, carregando cartazes e faixas, que ganharam as páginas dos jornais e minutos nos noticiários noturnos.
“Eu vim lá da região da Costa do Golfo. A minha comunidade foi-se e não me deixam entrar [na reunião]”, disse Diane Wilson, uma activista que tentou aceder à sala onde accionistas ouviam da empresa os números do ano passado, quando aproximadamente 25% do valor de mercado da BP se perdeu devido ao acidente. Apesar de ter acções da empresa, o acesso foi-lhe negado sob alegação de que ela – parte da quarta geração de uma família de pescadores – poderia representar um risco para os outros accionistas. Para chamar a atenção dos fotógrafos, ela espalhou pelo rosto e nas mãos um líquido preto e viscoso, como se fosse petróleo. “É a única linguagem que eles entendem”. No ano passado, ela já havia feito um movimento semelhante, na mesma sala em que o então presidente da BP testemunhava a uma comissão do Congresso dos EUA.
Entre as pessoas que conseguiram aceder à reunião, um grupo de dez ambientalistas canadianos, cada um vestindo uma camiseta com uma letra diferente e que juntas formariam a frase “no tar sands”, uma referência à exploração de petróleo nas areias betuminosas canadianas. Espalhados em locais diferentes da sala, eles planeavam levantar-se, formar uma fila e revelar o conteúdo das camisetas de modo a que a mensagem fosse passada aos accionistas. A acção de seguranças porém impediu o movimento e eles foram retirados da sala antes que pudessem completar a acção.
Um fundo de 20 mil milhões de dólares foi criado pela empresa para compensar os atingidos pelo derramamento de petróleo. Uma reportagem do The Independent publicada neste sábado revela que mais de meio milhão de pedidos de compensação já chegaram ao escritório que gere esse fundo nos EUA.
“Temos visto dinheiro indo para todos os lugares, menos para as comunidades no centro disso tudo. E nós somos essas comunidades, os primeiros a ficar sem trabalho e seremos os últimos a ter de volta os nossos trabalhos e sustentos”, criticou Encalade.
“ Queremos ter a certeza de que o petróleo, que ainda está no fundo do oceano, e os químicos dispersantes, que ainda estão na água, não serão esquecidos”, disse Antonia Juhasz, directora do programa de energia do Global Exchange e autora do livro “Black Tide: The Devastating Impact of the Gulf Oil Spill”. “Essa é uma história que deve servir de alerta para outros investimentos da BP, como as areias betuminosas. Isso é o que acontece quando uma empresa de petróleo opera irresponsavelmente em um meio tecnicamente complicado e ecologicamente sensível”.
O derramamento do Golfo do México no ano passado durou quase três meses e foi o maior da história da indústria.
Artigo publicado na Carta Maior

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.