terça-feira, 30 de novembro de 2010

UE aprova ajuda à Irlanda e anuncia mais cortes em Portugal

Para travar os riscos de crise sistémica que pesam sobre a moeda única, o eurogrupo aprovou ajuda de 85 mil milhões à Irlanda e clarificou as regras do seu futuro mecanismo de gestão de crises, que passam a ser as do FMI. A Portugal exigem reformas laborais e nos serviços públicos.
O Presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, e Olli Rehn, Comissário do FMI, na reunião deste domingo, em Bruxelas, dos Ministros das Finanças europeus. Foto Olivier Hoslet/EPA/LUSA
O Presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, e Olli Rehn, Comissário do FMI, na reunião dos Ministros das Finanças europeus, este domingo, em Bruxelas. Foto Olivier Hoslet/EPA/LUSA
Em concreto, os dezasseis países da zona Euro decidiram abandonar o envolvimento automático dos investidores privados nos futuros processos de reestruturação da dívida soberana dos países em risco de insolvência - uma ideia que tinha provocado nas últimas semanas uma reacção negativa dos mercados -, optando por uma participação "caso a caso" e de acordo com as regras do FMI. Esta estratégia vai substituir, a partir de meados de 2013, o fundo de urgência provisório, criado em Maio.
Teixeira dos Santos manteve-se em silêncio depois de anunciadas pelas autoridades comunitárias reformas estruturais em Portugal
Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças português, assumiu o compromisso de realizar "reformas estruturais significativas nos sectores da saúde e dos transportes" e "no quadro orçamental", segundo o que afirmaram Didier Reynders, ministro belga das Finanças e presidente em exercício da UE, e Olli Rehn, comissário europeu responsável pela Economia e Finanças. Isto, frisou Reynders, para aumentar "o potencial de crescimento e a produtividade" da economia portuguesa no quadro de "um trabalho a fazer com a Comissão Europeia". 
“Nós saudámos a aprovação do Orçamento para o próximo ano que está totalmente em linha com a estratégia orçamental acordada”, disse Olli Rehn.
A expectativa dos dezasseis é de que os compromissos dos dois países considerados mais frágeis, a par da clarificação do papel dos privados no futuro mecanismo de gestão de crises do euro, possam acalmar o nervosismo dos mercados financeiros e afastar os riscos de uma crise sistémica na eurolândia.
Para Olli Rehn, “agora é essencial substanciar esta decisão [a aprovação do Orçamento] através de medidas concretas”. O responsável europeu explicou em seguida que Portugal “está a preparar uma agenda de crescimento que inclui reformas estruturais importantes no mercado de trabalho”.
A Espanha comprometeu-se, por seu lado, a tornar as contas públicas mais transparentes e a reestruturar as suas Caixas de Aforro, frisaram os dois responsáveis. Já a Alemanha teve de atenuar a sua exigência sobre o envolvimento automático dos privados na reestruturação da dívida soberana dos países em risco de cessação de pagamentos.
A zona euro decidiu assim alinhar com as regras do FMI que já prevêem a possibilidade de uma maioria qualificada de credores impor aos outros uma reestruturação da dívida soberana de um país.
A redefinição da posição europeia resultou de um acordo franco-alemão conseguido domingo de manhã no quadro de uma concertação telefónica entre Angela Merkel, chanceler federal, e Nicolas Sarkozy, Presidente francês, e de ambos com Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Juncker, e presidente do eurogrupo, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, e Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia.
Uma terceira decisão virada para o mesmo objectivo de acalmar os mercados teve a ver com o prolongamento dos prazos de reembolso da Grécia dos empréstimos bilaterais de 110 mil milhões de euros acordados pelos países do euro em Maio.
União Europeia aprova plano de ajuda à Irlanda de 85 mil milhões
O FMI vai contribuir com 22,5 mil milhões de euros para o plano de resgate da Irlanda, cujo montante total ascende a 85 mil milhões de euros e que foi este domingo aprovado pelos ministros das Finanças europeus, para pagar em sete anos e meio, com uma taxa de juro em torno dos 6%. Só se Dublin não honrar a sua dívida é que a garantia será activada. Porém, o pagamento da comissão de 0,5% são garantidos à partida. 
Portugal vai garantir um empréstimo de 550 milhões de euros à Irlanda.
A própria Irlanda vai contribuir com 17,665 mil milhões de euros, valor que irá buscar ao seu fundo de pensões, disse Martti Salmi, porta-voz do Ministério das Finanças finlandês.
Em conferência de imprensa em Bruxelas, Jean-Claude Juncker, presidente do eurogrupo, afirmou que os bancos irlandeses vão receber 10 mil milhões de euros de imediato, a que vão acrescer 25 mil milhões de euros como argumento acrescido para convencer os mercados da solidez do plano de ajuda da União Europeia.
O Bank of Ireland, o segundo maior do pais, anunciou esta segunda-feira que vai proceder a um aumento de capital até Fevereiro, para minorar as suas dificuldades, o que significará a sua nacionalização de facto. Com a perspectiva de injecção de mais 2,2 mil milhões de euros no Bank of Ireland, o Estado ficará com 80 por cento do seu capital, face a 36 por cento actualmente.
 

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.