sábado, 23 de outubro de 2010

Isaltino Morais volta às barras do tribunal

O presidente da Câmara de Oeiras é acusado de crimes de corrupção e participação económica em negócio, relacionados com a construção de empreendimento na mata de Sesimbra.
Isaltino Morais à entrada do Tribunal de Sintra, em 2009, quando foi lida a sentença do julgamento pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal. Foto de Mário Cruz, Lusa.
Isaltino Morais à entrada do Tribunal de Sintra, em 2009, quando foi lida a sentença do julgamento pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal. Foto de Mário Cruz, Lusa.
O ex-ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente do Governo PSD/PP de Durão Barroso, e actual presidente da Câmara de Oeiras, foi constituído arguido pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção e participação económica em negócio.
Em Março de 2003, Isaltino Morais assinou um acordo com a autarquia de Sesimbra, a Aldeia do Meco-Sociedade para o Desenvolvimento Turístico e a imobiliária Pelicano, que autorizava a edificação de um empreendimento na mata de Sesimbra, uma área parcialmente protegida.
Conforme divulga o Jornal de Notícias, o presidente da câmara de Oeiras não é o único arguido deste processo. Terão sido também indiciados alguns construtores envolvidos no negócio e o ex-presidente da Câmara de Sesimbra, Amadeu Penim (PS), ainda que “por suspeitas de menor relevância criminal”.
O indiciamento de Isaltino Morais resulta de um inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), com a investigação a cargo da Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária (UNC). Ainda em 2008, a Polícia Judiciária investigou quer a autarquia, quer os grupos envolvidos no negócio, incluindo a ESPART, empresa do Grupo Espírito Santo, que chegou a ser alvo de buscas policiais, em 2008.
Os contornos do negócio
Há mais de 30 anos, a sociedade Aldeia do Meco, Sociedade para o Desenvolvimento Turístico, constituída, maioritariamente, por sócios alemães, adquiriu um extenso conjunto de terrenos na Aldeia do Meco, concelho de Sesimbra. Este grupo pretendia obter o alvará de loteamento sobre 67 hectares à beira mar, onde estariam previstos 315 mil metros quadrados de construção.
Os planos da sociedade alemã foram inviabilizados, mediante a reclassificação do respectivo solo em reserva ecológica, constituindo Espaço Natural não urbanizável no PDM de Sesimbra.
Após as ameaças alemãs no sentido de processar o Estado português, em 2003, o então ministro Isaltino Morais, vende, conforme divulga o Jornal de Notícias, os terrenos à imobiliária Pelicano, que, por sua vez, e com o apoio financeiro da Espart, os oferece ao Estado. Este último viabilizaria a transferência dos direitos de construção do projecto da Sociedade Aldeia do Meco para a Mata de Sesimbra, que conta com uma área de construção bem superior à do Meco: 1,6 milhões de metros quadrados. Para a Mata de Sesimbra perspectivava-se a construção de um empreendimento turístico e imobiliário com capacidade para 19 mil camas, que envolvia um investimento de cerca de mil milhões de euros.
No acordo firmado, o governo assegurava a indemnização dos grupos envolvidos caso o plano de pormenor que contemplava a construção não entrasse em vigor.
Este contrato foi alvo, em 2004, de uma análise do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (CCPGR). Apesar de, por maioria, os conselheiros do CCPGR consideraram ter sido ilegal, "por falta de suporte normativo, a pretendida transferência dos direitos de urbanização e de edificação”, o parecer emitido considerava que "não obstante os vícios assinalados, atento os fins do contrato firmado e a dimensão normativa vazada nas respectivas cláusulas, afigura-se que nada impede a manutenção da sua parte não viciada, designadamente, a obrigação de reconhecer em terrenos localizados na Mata de Sesimbra ou noutro local, direitos de urbanização e de edificação equivalentes em área valor económico aos titulados pelo alvará".
Para Isaltino Morais, o negócio seria perfeitamente justificável. Segundo o próprio, o acordo «evitou uma calamidade ambiental» e uma penalização de «milhões de euros ao Estado», resultante do pagamento de indemnizações ao grupo alemão por o governo ter viabilizado, enquanto José Sócrates era ministro do Ambiente, a construção de 2227 fogos na Aldeia do Meco.
Isaltino Morais já havia sido condenado
Em Agosto de 2009, Isaltino Morais já havia condenado a sete anos de prisão efectiva, assim como a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais. Em 2010, a pena foi, contudo, reduzida pelo Tribunal da Relação de Lisboa para dois anos e foi revogada a perda de mandato. O presidente da Câmara de Oeiras recorreu da decisão, tendo suspendido dessa forma o trânsito em julgado.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.